terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Tu! Sim tu!...

Começa algo... Começa algo que saibas poder continuar! A história guarda os feitos e tende a esquecer os projetos que só viram a luz nascer, sem nunca sentirem o calor e o cansaço da jornada terminada, com aquele sabor, ora de vitória, ora de derrota, mas sempre de trabalho feito! Não dês nada... Não dês nada que saibas não fazer falta, sob pena de esse algo se tornar mais um "habitante da escuridão", de uma gaveta ou recanto.
Não partilhes... Não partilhes resoluções. Sonha-as, deseja-as, aplica-as e espera que as pessoas que te rodeiam se apercebam delas, mas não faças disso o principal objectivo. Sê... Sê e faz tudo por isso, tu és o que fazes, o que dizes, mas acima de tudo és aquilo que passas cá para fora, pois há muito de ti que vai para além do que fazes, dizes ou exprimes, sendo antes uma projeção de tudo o que sentes e se reflete nos teus "saltos", "recuos", "sombras" e "faróis", pois é a partir deles que te seguem, te observam, te temem ou em ti se inspiram! Nunca pares... Nunca pares, nem que te retirem as tuas tábuas da verdade, pois estamos sempre a tempo de descobrir que o "preto afinal também pode ser claro" que a mais alta das pedras do teu presente caminho, pode bem ser a mais pequena do teu futuro desígnio. Por vezes longe é perto e perto é demasiado longe, tudo é nada e nada pode ser Tudo! Perde-te... Perde-te em ti, afasta-te, questiona-te, põe os teus valores em causa, arrisca a tua defesa, sê o teu maior crítico, mas quando o sol se estiver a deitar, encontra-te, abraça-te, descobre o que sobrou e se for pouco, não desanimes, já fizeste o pior, que foi descobrir o teu caminho errado. Sobram-te muitos outros para escolher sem saber se vais errar novamente, mas por certo não estarás sozinho nas tuas escolhas, pois a mais importante és tu mesmo. Nunca farás nada certo na qual não acredites. Encontra-te... e sê feliz... ou pelo menos procura sê-lo... pode ser que nos encontremos nesse caminho... Tenho dito... João Fernandes.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Quando o verde morre....

A nossa floresta está a morrer!!!!


É triste acordar e perceber que, mais uma vez, a nossa floresta arde e desta vez leva muitas vidas humanas com ela!
Choramos e ficamos chocados com aquilo que vemos a cada ano que passa, mas quando chega a hora de na calmia do inverno, se parar e pensar o que queremos para a nossa floresta, para o nosso país? Nada se faz de relevo e o prometido reordenamento florestal e o cadastro dos terrenos, vai estando na boca do povo, mas deles, pouco se sabe e muito se desconfia! Os lobbys da celulose esses sim trabalham bem e conseguem a cada dia, convencer proprietários a desistir dos terrenos pouco rentáveis e trocar as suas culturas, por árvores mais rentáveis, mas que se vão tornando a pouco e pouco, as únicas espécies existentes em muitas freguesias, concelhos e áreas a perder de vista.... Porquê? Se eu fosse proprietário e me obrigassem a manter a minha mata limpa, e eu não conseguisse tirar proveito nenhum dela, mas tivesse, todos os anos uma despesa na sua limpeza, talvez pensasse em ceder a essa fileira e tornar-me eu também uma das pessoas que eu tanto condeno! Pondo-me na pele de quem tem que gerir os seus ativos, posso descobrir que nos dias que correm, se torna apetecível trocar para o outro lado! Para quando um verdadeiro estudo de viabilidade de outras culturas, um apoio á plantação de espécies autóctones, um plano de aproveitamento alargado da biomassa das limpezas, como meio de reduzir a fatura da limpeza da mata, do aproveitamento económico da bolota, da pinha, ou mesmo uma exigência de plantação de uma percentagem dessas espécies autóctones a cada replantação de espécies como o Eucalipto ou Pinheiro Bravo, como forma de criar áreas de reprodução para espécies vegetais e animais, tão ameaçadas por toda esta febre verde das monoculturas que se revela negra num curto espaço de tempo... Tanto para a flora rasteira, que, para todos aqueles que caminham por entre elas, sabem que não existe nos eucaliptais, como para os animais, que não encontram nelas refúgio ou alimentação como o fazem nos bosques de folhosas e algumas resinosas localizadas e controladas do nosso território. Que bom é poder caminhar entre as sombras e frescura de um carvalhal, onde se ouvem os pássaros e se vêem os insetos sob a manta morta, onde se escondem genetas, martas e raposas, onde os mochos e corujas se abrigam nos seus troncos centenários... mas qual o proveito que tira delas o seu proprietário? E como respondo eu a isso? E qual o papel do estado na preservação destes espaços? E da sociedade civil? Um radical diria que se cada um de nós usasse menos 20 kg de papel por ano, talvez se reduzisse a fome das industrias de celulose! E como fariamos isso? Resolveria tudo? Talvez não, mas ajudaria, se fosse um "cancro verde" que cresce a cada palavra passada. Se eu conseguir, também hei de levar meus amigos e conhecidos a passear pelos belos bosques de folhosas e pelas feias e despidas plantações de eucalipto em dias de calor para lhes mostrar e fazer sentir, aquilo que só ouvem falar ou só lêem em artigos de opinião, mas que nunca experimentaram. Talvez seja essa a minha missão! Mostrar os dois lados e ao mesmo tempo conhecer e falar com os pequenos proprietários para perceber o que os atormenta e o que eles pensam que os poderia ajudar! PS: É bom ver que existem projetos como o das 100.000 árvores plantadas, mas é estranho que tão pouco se fale dos resultados que elas tem tido e do desleixo que existe após a plantação, levando ao desaparecimento e morte de tantas plantas que um dia nasceram, (mal cresceram), foram plantadas, quase nunca regadas nos seus primeiros dias de nova vida, e deixadas á sua sorte sem ajudas para sobreviver! O projeto deveria ser "Vamos plantar e acompanhar" e não apenas plantar e esquecer, como que uma atividade para limpar a alma e mãos das nossas pegadas ecológicas, dizendo orgulhosamente "Plantei árvores" e esquecendo que amar a floresta, não é apenas dar lhe mais elementos, mas preservá-los e ajudando-os a crescer, como o fazemos com os nossos animais, amigos e familiares. O AMOR não é um acto isolado, mas uma manifestação contínua e preserverante! Tenho dito.... Joao Fernandes

De Lomba de Arões á Porqueira! (Onde a terra reclama o que outrora fora seu.)



O nome parece saído de um livro de cantigas de escârnio e maldizer, quem se terá lembrado de lhe dar tal nome? Por algum motivo foi certamente... Mas onde é este misterioso lugar?


Soubera que a visita a Lomba de Arões só estaria completa, se eu ficasse a conhecer um aglomerado de casas, qual cordão umbilical que liga a aldeia do alto ao bem precioso que é a água e a tudo quanto ela era capaz de oferecer e transformar. Porqueira... é o nome dado ao pequeno conjunto de casas que foram construidas junto ao ribeiro, no sopé do monte que sustenta a aldeia da Lomba, mas que pelo facto de estar junto da água, seria por certo de enorme importância para o equilíbrio deste povoado.

É a água que nos sacia a sede, assim como a das culturas que estão espalhadas pelo corpo da serra, mas é também ela, com a sua força, que faz mover a mó que há de moer o milho, fazendo a farinha que há de alimentar este povo que tanto trabalha. As casas são pequenas e distam apenas alguns metros do curso de água, estando assim livres das correntes mais fortes do inverno, quando o ribeiro se transforma numa força viva que faz rodar essa pedra mágica que é a mó dos moinhos. A beleza deste pequeno lugar perdido no tempo e na imensidão da serra está a perder a batalha da sobrevivência. Se a água não a derrotou ao longo dos tempos, foi o fogo que lhe levou os telhados e com isso os últimos resistentes que teimavam em lá ficar. Mas as paredes ainda lá estão e vão guardando muitas histórias que a passos largos parecem estar a ser engolidas por outra força da natureza... As plantas que um dia foram cortadas e as terras que foram remexidas para se construirem as casas, vão hoje, qual rio verde, tomando de novo o que antes fora seu. O acesso á última das surpresas desta terra está quase vedado pelas ervas que vão fechando as portas a uma cascata com uns belos 20 a 25 metros de altura, encaixada entre pedras e passando despercebida  ao mais incauto caminheiro que por aqui venha conhecer as ruínas deste povoado.


Lomba de Arões... uma aldeia com muralhas de ouro...

Ainda me lembro do dia em que em plena feira de artesanato de Vila do Conde, quase escondida no fundo de uma parede de uma entre muitas barraquinhas de artesãos, vi esta foto retratando uma aldeia que me fez parar e dirigir-me á artesã que ali estava, perguntando qual e onde era aquela aldeia. lomba de Arões era o seu nome e por isso, há que partir á descoberta. Na melhor das companhias (porque tudo é bem melhor quando é partilhado) lá fomos em busca de mais uma aventura. Partindo em direção a Vale de Cambra, tomamos em seguida o sentido de São Pedro do Sul, para, no alto da serra, encontrar em Chão de Carvalhos, a entrada para a estrada que nos haveria de levar ao nosso destino. A estrada serpenteou toda a encosta numa cota elevada e quando nos pareceu querer começar a descer, eis que vislumbramos as primeiras habitações da aldeia. Após estacionar junto a um placard informativo, preparamo-nos para iniciar a nossa caminhada. Descendo por uma pequena viela, vimo-nos rodeados da ruralidade e da calmia de um povoado que vive a um ritmo tão diferente do nosso, onde tudo parece andar ao sabor dos rebanhos de cabras que a povoam e das jornadas de labuta nos campos, que aqui se penduram encosta abaixo, em socalcos bem aproveitados, transformando a íngreme elevação que sustenta a aldeia, num belo e engenhoso trabalho dos homens, que ao longo dos tempos, domaram o terreno, fazendo com que o até então solo selvagem e pouco propício ás atividades agrícolas, se tornasse num belo conjunto de parcelas aráveis, onde o verde escuro das árvores, gestas e urzes, se faz aqui substituir pelo verde claro do milho e das videiras e o amarelo dos girassóis e espigas de milho, que por estas terras, são o ouro do seu povo. Ainda antes de nos embrenharmos nesses campos, fomos levados a conhecer o alto dessa pequena elevação, que alberga um conjunto de edifícios de xisto e a alva e imaculada capela, rodeados por uma "muralha" de espigueiros, que ali foram construídos, para aproveitar cada raio de sol, aquecendo e secando o seu precioso conteúdo e ao invés dos tradicionais castelos, onde o tesouro era guardado no mais interior, forte e escuro dos edifícios, aqui, ele está ás vistas de todos, nessas  estruturas de "filigrana" granítica, frágeis na aparência, mas robustas na sua constituição.
Este é o centro nevrálgico da aldeia, pois é nela que se encontra a capela onde cada novo membro nascido do povoado era anunciado com o rebate dos sinos e onde era mais tarde acolhido e apresentado a todos no dia do seu batizado. Ali está também a eira onde os frutos do trabalho eram expostos e onde as desfolhadas e malhadas juntavam e aproximavam os seus habitantes em horas de trabalho, mas ao mesmo tempo convívio prazeroso, animado pelas cantigas e danças, em que todos participavam e das quais guardam ainda hoje belas recordações. É também aqui que se encontra o seu "banco", esses espigueiros que guardam o seu sustento e bem mais precioso que é o milho. E é também aqui que, envolto em grades de ferro e guardado por um velho e pesado portão se encontra o local onde tudo se acaba... tudo chega ao seu fim.
Tudo isto existe em outros povoados bem sei, mas nunca sentira num tão reduzido espaço, esse estranho mas natural convívio entre todas estas fases da nossa vida, parecendo, a quem espreita ao largo, que as habitações distantes de apenas algumas dezenas de metros desta praça viva e sobranceira a ela, são uma parte passiva desta aldeia, como que ali construídas propositadamente por forma a que os seus idosos, mesmo que incapazes de participar nessas vivências diárias, pudessem no entanto, á janela de suas casas, continuar a observar o "sangue" correr nessa "azáfama bucólica" de uma típica aldeia serrana!

João Fernandes

O meu mundo...





Forte... 
Profundo... 
Relativizante... 


Todo o mundo, visto a meus olhos é "o mundo que eu pinto", com cores mais ou menos claras, mais ou menos alegres, com imagens apaziguantes ou cenários mais tenebrosos, com projeções materializadas de sonhos ou com o simples risco do horizonte separando o visível do invisível numa ténue linha que está tão longe e ao mesmo tempo tão perto de ser alcançada e transposta... mas cada desenho pintado, não deixa de ser a minha escolha na forma como olho para ele, como o quero observar, como quero acreditar, como ouso sonhar... 

Já ousaram olhar para dentro e perguntar: 

É belo o meu desenho??? 

Como vejo eu o meu mundo?? 

Até onde vai o meu sonho? 

Serei eu Homem ou Mulher o suficiente, para dirigir a minha paleta de cores para uma imagem onde o escuro existe, onde as pedras no caminho são muitas, onde a desolação convive com os sorrisos de seres que nascem sem terem ainda decidido como querem elas pintar o mundo! onde o olhar parado de alguns denuncia a sua desistência e o deixar cair dos seus pinceis, onde cada lugar na minha tela se revela como aquilo que vejo, que sinto, que gostava de melhorar...

De que estamos á espera???

Podemos ser um só, mas cada pincelada dada por cada um de nós, é vista e revista por um sem número de seres que vivem em permanente contacto connosco e que esperam ver retratado em cada um, paredes fortes que lhes possam dar abrigo, faróis que os guiem nos dias mais tenebrosos, sombras que os protejam nos dias de fadiga, braços que se abram quando os vêem chegar, sorrisos que estão ali para os encorajar, uma mão... uma mão que os guia sem os deixar desistir de pintar.......... 

O mundo é feito a cada dia que passa e cada um de nós é responsável por uma parte significativa dele! Já deixaste a tua marca positiva nele hoje? Já desenhaste o sol para alguém poder encontrar o seu caminho e sair da escuridão?

Tu és alguém...
Eu sou alguém...
Todos juntos, somos algo mais neste planeta...
E podemos ser a diferença para tantos que ainda mal começaram a pintar o seu... nosso mundo...

Tenho dito...
João Fernandes 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

História de uma floresta lusitana...


Era uma vez uma floresta lusitana, cheia de frondosos Carvalhos , Sobreiros, Amieiros, Castanheiros, Loureiros e belas árvores de folha caduca, que enalteciam a beleza das nossas pequenas serras, vales e zonas ribeirinhas do belo país que foi Potugal. Nesses bosques, caminhávamos tantas vezes no outono, sobre as folhas amarelas, laranjas e vermelhas que iam caindo ao sabor do vento e da chuva que anunciavam a chegada do frio inverno. Era comum encontrarmos inúmeros cogumelos coloridos e pequenos roedores amealhando as últimas bolotas para se refugiarem nas suas tocas e passarem o inverno bem alimentados. Nessas caminhadas apanhávamos as castanhas, que tantas vezes foram pretexto par nos reunirmos, ao redor daquelas fogueiras de lenha de azinho, com o seu cheiro característico, em alegres convívios que hoje apenas ousamos recordar.


Assim caminhamos a passos largos, para um dia, em que estas serão as palavras de uma reportagem ou de um livro qualquer, aludindo a esses tempos em que os Eucaliptos e as Mimosas eram apenas umas pequenas manchas na nossa rica e bela vegetação...


Nunca se sentiram num local que mal reconhecem, rasgado por linhas de feios e estranhos eucaliptos? Nunca se sentiram revoltados por nos terem retirado todos os bosques de carvalhos e sobreiros que povoavam os nossos locais de brincadeiras na infância?


É assim que me sinto e depois de tanto ouvir que: “é melhor uma mancha de eucaliptos do que uma serra pelada”, acho que chegou o momento de dizer: BASTA!!!! Este não é o Portugal que eu quero para os meus filhos.


Temos sido “atropelados” diariamente por notícias de desordenamento florestal, de má gestão das florestas, de incêndios atrás de incêndios, de novas áreas de cobertura por eucaliptais a perder de vista que são o nosso suposto “Petróleo Verde” e que segundo alguns, são um mal menor. Um MAL MENOR!!!!! Mas desde quando? Um dia teremos em termos proporcionais, uma maior cobertura vegetal de eucaliptos, do que a própria Austrália, seu país originário!


Este é o meu primeiro post de indignação face a este terrorismo verde que teimam em fazer-nos engolir a qualquer preço, mas outros virão e com eles, espero conseguir fazer reviver estas nossas bolotas que dizem ser boas apenas para os porcos.



O sonho....

Se eu conseguir, na minha curta vida, fazer crescer uma árvore por cada amigo ou familiar que partir desta terra antes de mim, talvez chegue ao fim da minha vida e possam espalhar as minhas cinzas por um bosque que eu mesmo fiz crescer.... João Fernandes.

Todos o seremos um dia.... Velhos...

Desafio-me a olhar para esse escalão e pensar no quanto eles pensarão no desvario em que vivemos... na ilusão onde nos encontramos... na cegueira em que nos queremos manter... no medo que projetamos nos pensamentos... na força que ainda temos para o combater... 
Parto para aquele meu refúgio, onde me sinto capaz de tudo... qual dono do mundo... que parte do seu porto de abrigo sem hesitar, tocando o horizonte dos sonhos a cada passo que dá...
Nesse refúgio há lugar para todos, para tudo e para as maiores aventuras e sonhos... 
Mas cá fora tudo parece escuro e frio... todos parecem lutar pelo seu pedaço de corda, carregando os seus sonhos pessoais e seus pequenos gritos de afirmação que lhes dão estatuto e um lugar no planalto mais perto do cume daquela montanha onde só os mais valentes podem chegar... e ei-los que teimam em partir para o seu pequeno refúgio levando consigo esses sonhos e essa vontade de o alcançar a sós, para impressionar e poder subir ao planalto que se segue, na vã ilusão que aí chegados, irão ficar mais perto da aceitação dos seus pares, quais espectadores atentos das suas aventuras, quais capitães que sobem ao púlpito após vencerem a guerra... 
Mas de que serve esse reconhecimento se não temos os nossos companheiros de batalha a nosso lado... se os deixamos cair no primeiro confronto... se decidimos seguir quando eles precisavam de mais um dia para se recomporem...
De que vale uma montanha se apenas os meus olhos virem o seu topo?
De que vale um lar se apenas eu tenho a chave da sua porta?
De que vale uma batalha ganha, se apenas eu sobrevivo para a contar?
De que vale um gesto de afirmação, se ele só me consegue afastar dos demais?
Razão!!!!
Razão tem eles, que já viveram o suficiente para descobrir que nesta vida, tudo tem mais sentido se nos soubermos entregar... se soubermos esperar.... se em vez de seguir ou ser seguidos, soubermos acompanhar...  se conseguirmos abrir os olhos e descobrir que a nossa intocável imagem de marca, os nossos tiques e manias, são tantas vezes uma parede que nos afasta em vez de nos aproximar...
Vive a vida... vive o sonho... mas nunca te esqueças de levar os teus amigos para a aventura.
 João Fernandes

Toda a viagem começa por um pequeno passo...



Por vezes sentimos que é longe que se vê o perto e é na ausencia que se valoriza a presença... Ironias............
Outra...

Talvez só isso...
Ou não...
Um encontro nos desencontros, que me levou a pensar àquela distância, que por vezes o caminho é apenas uma ilusão...
A viagem é mais do que isso, chegando a superar o próprio conceito que lhe atribuímos...

Partimos com um sonho, por muito pequeno que seja...

Levamos expectativas...

Esperamos ser surpreendidos...

Sabemos que podemos encontrar imprevistos...

Mas mesmo assim partimos, quais meninos de tenra idade que entram a correr no parque de diversões sem olhar para o lado, sem ver as pessoas com quem se cruzam, sem se aperceber de todos os pequenos recantos do jardim que transpiram encantos, tudo porque correm, com os olhos fixos no pequeno baloiço que acabou de ficar livre e pode ficar de novo ocupado. Correm... correm e o seu olhar dilatado e brilhante de alegria é a prova da força dos seus desejos... dos seus pequenos sonhos...

No entanto, esse sorriso só persiste enquanto o partilham com os sorrisos dos seus próximos e todos se divertem no jardim... Por vezes abstraem-se demasiado nesse baloiço e acabam por reparar que a noite chega a passos largos e com ela toda a magia daquele momento... Então, no regresso, já bem mais calmos, reparam que bem ali ao lado estavam lugares cheios de belos jogos, com recantos secretos e mágicos, os seus olhares abrem-se novamente e quantas vezes puxam o braço da mãe pedindo que lhes deixem correr nesse espaço já escuro e frio... mas isso não acontece e desde cedo nos apercebemos o quanto nos distraímos com as luzes e não prestamos atenção aos pequenos lugares, momentos, pessoas e situações que se cruzam nas nossas vidas, passando ao lado e deixando esse sentimento de oportunidade perdida...

Mas será só isso?

Quantos de nós somos assim?

Ofuscados pelas luzes...

Cegos...

Tão facilmente saciáveis...

Mas tantas vezes a pensar e repensar no regresso a casa...

De uma coisa tenho a certeza...

Fica muito...

Ganhamos tanto...

Surpreendemo-nos tantas vezes na grandeza das descobertas feitas em pequenos e sombrios locais...

Abrimos os nossos horizontes ao sonhar mais alto...

e o facto de nos apercebermos do que perdemos, não será um motivo para nos alegrarmos? sim,porque é sinal que mesmo assim nos apercebemos da sua existência e a vida não acaba ao final de cada dia...

Há sempre um novo dia para voltar a tentar...

E aqui com a certeza que os nossos olhos irão bem mais abertos aos pequenos recantos sem luz, que escondem magia e pequenos sonhos prontos a serem vividos...


Há lugares assim, onde as teias de aranha cobrem as janelas, onde o sol teima em não entrar, mas surpreendem-nos pelos pequenos brilhos reflectidos nos tesouros que por lá encontramos...

"A coisa mais bonita que existe, mais bonita que a beleza, é a diferença...






O meu ganso é bonito pelo seu porte altivo, pela sua plumagem branca, pelos seu olhos azuis. Mas no meio de 1000 outros gansos ele seria só mais um e eu teria dificuldades em distingui-lo dos demais. É no encontro diário com imensas outras aves e animais que visitam o meu quintal, que cada uma das suas características se destaca pelas suas diferenças e me fazem dizer que ele é realmente único e belo.


Mas é iguais que nos querem a nós... esta europa que nos tolda e nos molda à sua imagem de perfeição idealizada, nos quer cada vez mais monocromaticos nos desejos costumes e atitudes para sermos facilmente "alimentados" e saciados. Fico triste ao perceber que estamos cada vez mais iguais e sedentos de tudo aquilo que nos tentam “impingir”. Ao ritmo do POP, RnB, dos thrillers americanos, dos shows de TV que inundam toda a europa e o mundo, dos hábitos alimentares de Fast-foods e take-away, dos pronto a vestir internacionais que nos tentam limitar a escolha e ditar-nos as supostas tendências!!! Que RAIO!!!!


Adoro sair de Portugal e sentir saudade dele no momento seguinte.


Detesto chegar a outro país e ter aquela sensação que se está em casa.


“Parece quase Portugal” dizemos por vezes, “tem tanta coisa igual”


O bonito do nosso país é a sua singularidade, o seu fado (que felizmente volta em força para as nossas casas), as suas músicas tradicionais (que alegremente vejo renascer pelo sangue da juventude), o seu cinema mais puro e genuíno (apelidado por alguns de saloio) que poucos ainda teimam em manter sem influencias, os seus programas regionais de TV que nos fazem chegar o Portugal real casa adentro, mas que por obra de alguns centralistas teimosos nos querem retirar esse toque que o norte tão bem lhe soube dar, a sua gastronomia e os tascos que nos querem fechar por alegada falta de higiene sob os padrões europeus, as boinas e suspensórios que vão reaparecendo quais cogumelos e aqueles bigodes que nos caracterizavam e que hoje voltam aos poucos às ruas.


É esta pequena chama que alimenta a esperança. A esperança de ver um Portugal mais português, com orgulho naquilo que é seu, que o distingue dos demais países. Não quero dizer que o meu país é o mais bonito, mas é certamente muito bonito e eu farei tudo para mostrar o quão português sou e gosto de ser.


Que se lixem os “Mac” e a ASAE, eu quero poder sentar-me numa tasca a comer uns rojões e ir ao restaurante comer arroz de cabidela.


Que se lixem os Biebers e os Psy, eu quero é ir á queima ouvir o Quim, ir até aos jardins do palácio Cristal ouvir a Mariza e Deolinda, até mesmo os censurados Camaradas da luta.


Que se lixem as séries americanas e os blockbusters, quero é balas e bolinhos e Aniki Bóbó.


Que se lixem as Zaras e Levis, quero poder correr as feiras e escolher o que quero naquela confusão de estilos e qualidades sem outra publicidade que não seja o pregão da cigana ou da feirante do norte.


Cada vez que me perguntam se sou do Porto quando me ouvem falar, eu ganho o meu dia. Não porque a minha pronúncia seja a mais bonita, mas porque ela é diferente e é-me característica.


Vivam as diferenças, vejam o belo que cada uma transporta. Acreditem que vale a pena resistir á massificação. Vale a pena ter orgulho em ser português.


Tenho dito…..




João.

Tudo começa por uma letra...

Tudo o sobe fica mais alto, pretende ser uma extensão dos meus pensamentos e um olhar atento sobre a sociedade em que vivemos. Quero ser eu mesmo, como muitos me conhecem, um pouco revoltado com este modelo de vida em sociedade, mas também feliz por viver num país, que teima em largar as amarras do seu passado e vai, a pouco e pouco, voltando a "exumar" alguns dos seus aspetos mais tradicionais e peculiares há muito esquecidos, que fazem dele um dos recantos mais belos deste mundo.
Não quero parecer anarquista, nem tão pouco um obstinado pelo poder supremo do estado, mas quero permitir-me lançar a confusão ao deambular pelas várias formas de se olhar este pequeno país á beira mar plantado, que tantas vezes , mais parece a república das bananas.
Espero que não se inibam de comentar e lançar as vossas opiniões... Afinal, tudo é bem mais engraçado quando se parte para a discussão salutar de um qualquer tema...

Tu! Sim tu!...

Começa algo... Começa algo que saibas poder continuar! A história guarda os feitos e tende a esquecer os projetos que só viram a luz nasc...