segunda-feira, 8 de julho de 2013

"A coisa mais bonita que existe, mais bonita que a beleza, é a diferença...






O meu ganso é bonito pelo seu porte altivo, pela sua plumagem branca, pelos seu olhos azuis. Mas no meio de 1000 outros gansos ele seria só mais um e eu teria dificuldades em distingui-lo dos demais. É no encontro diário com imensas outras aves e animais que visitam o meu quintal, que cada uma das suas características se destaca pelas suas diferenças e me fazem dizer que ele é realmente único e belo.


Mas é iguais que nos querem a nós... esta europa que nos tolda e nos molda à sua imagem de perfeição idealizada, nos quer cada vez mais monocromaticos nos desejos costumes e atitudes para sermos facilmente "alimentados" e saciados. Fico triste ao perceber que estamos cada vez mais iguais e sedentos de tudo aquilo que nos tentam “impingir”. Ao ritmo do POP, RnB, dos thrillers americanos, dos shows de TV que inundam toda a europa e o mundo, dos hábitos alimentares de Fast-foods e take-away, dos pronto a vestir internacionais que nos tentam limitar a escolha e ditar-nos as supostas tendências!!! Que RAIO!!!!


Adoro sair de Portugal e sentir saudade dele no momento seguinte.


Detesto chegar a outro país e ter aquela sensação que se está em casa.


“Parece quase Portugal” dizemos por vezes, “tem tanta coisa igual”


O bonito do nosso país é a sua singularidade, o seu fado (que felizmente volta em força para as nossas casas), as suas músicas tradicionais (que alegremente vejo renascer pelo sangue da juventude), o seu cinema mais puro e genuíno (apelidado por alguns de saloio) que poucos ainda teimam em manter sem influencias, os seus programas regionais de TV que nos fazem chegar o Portugal real casa adentro, mas que por obra de alguns centralistas teimosos nos querem retirar esse toque que o norte tão bem lhe soube dar, a sua gastronomia e os tascos que nos querem fechar por alegada falta de higiene sob os padrões europeus, as boinas e suspensórios que vão reaparecendo quais cogumelos e aqueles bigodes que nos caracterizavam e que hoje voltam aos poucos às ruas.


É esta pequena chama que alimenta a esperança. A esperança de ver um Portugal mais português, com orgulho naquilo que é seu, que o distingue dos demais países. Não quero dizer que o meu país é o mais bonito, mas é certamente muito bonito e eu farei tudo para mostrar o quão português sou e gosto de ser.


Que se lixem os “Mac” e a ASAE, eu quero poder sentar-me numa tasca a comer uns rojões e ir ao restaurante comer arroz de cabidela.


Que se lixem os Biebers e os Psy, eu quero é ir á queima ouvir o Quim, ir até aos jardins do palácio Cristal ouvir a Mariza e Deolinda, até mesmo os censurados Camaradas da luta.


Que se lixem as séries americanas e os blockbusters, quero é balas e bolinhos e Aniki Bóbó.


Que se lixem as Zaras e Levis, quero poder correr as feiras e escolher o que quero naquela confusão de estilos e qualidades sem outra publicidade que não seja o pregão da cigana ou da feirante do norte.


Cada vez que me perguntam se sou do Porto quando me ouvem falar, eu ganho o meu dia. Não porque a minha pronúncia seja a mais bonita, mas porque ela é diferente e é-me característica.


Vivam as diferenças, vejam o belo que cada uma transporta. Acreditem que vale a pena resistir á massificação. Vale a pena ter orgulho em ser português.


Tenho dito…..




João.

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