sábado, 23 de dezembro de 2017

De Lomba de Arões á Porqueira! (Onde a terra reclama o que outrora fora seu.)



O nome parece saído de um livro de cantigas de escârnio e maldizer, quem se terá lembrado de lhe dar tal nome? Por algum motivo foi certamente... Mas onde é este misterioso lugar?


Soubera que a visita a Lomba de Arões só estaria completa, se eu ficasse a conhecer um aglomerado de casas, qual cordão umbilical que liga a aldeia do alto ao bem precioso que é a água e a tudo quanto ela era capaz de oferecer e transformar. Porqueira... é o nome dado ao pequeno conjunto de casas que foram construidas junto ao ribeiro, no sopé do monte que sustenta a aldeia da Lomba, mas que pelo facto de estar junto da água, seria por certo de enorme importância para o equilíbrio deste povoado.

É a água que nos sacia a sede, assim como a das culturas que estão espalhadas pelo corpo da serra, mas é também ela, com a sua força, que faz mover a mó que há de moer o milho, fazendo a farinha que há de alimentar este povo que tanto trabalha. As casas são pequenas e distam apenas alguns metros do curso de água, estando assim livres das correntes mais fortes do inverno, quando o ribeiro se transforma numa força viva que faz rodar essa pedra mágica que é a mó dos moinhos. A beleza deste pequeno lugar perdido no tempo e na imensidão da serra está a perder a batalha da sobrevivência. Se a água não a derrotou ao longo dos tempos, foi o fogo que lhe levou os telhados e com isso os últimos resistentes que teimavam em lá ficar. Mas as paredes ainda lá estão e vão guardando muitas histórias que a passos largos parecem estar a ser engolidas por outra força da natureza... As plantas que um dia foram cortadas e as terras que foram remexidas para se construirem as casas, vão hoje, qual rio verde, tomando de novo o que antes fora seu. O acesso á última das surpresas desta terra está quase vedado pelas ervas que vão fechando as portas a uma cascata com uns belos 20 a 25 metros de altura, encaixada entre pedras e passando despercebida  ao mais incauto caminheiro que por aqui venha conhecer as ruínas deste povoado.


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Começa algo... Começa algo que saibas poder continuar! A história guarda os feitos e tende a esquecer os projetos que só viram a luz nasc...